18 de novembro de 2007

8.º PASSEIO OS CHAPARROS - 18/NOV/07 - TRILHOS & TRALHOS ESTIVERAM LÁ

O repto tinha sido lançado há alguns meses atrás e o pessoal dos TRILHOS & TRALHOS compareceu à chamada. Jójo, EBR, Tony "Ex-Falls", Martinásio, João (Jota na gíria EBRista) e Eu, devidamente escoltados pelas n/ Esponjas (excepto João - Como é que este gajo conseguiu?).
À medida que nos aproximavamos do final de tarde de Sábado, os atletas iam chegando ao centro de estágio em Santiago do Cacém (essa bonita terra com castelo altaneiro e boas gentes), mais precisamente e passando a publicidade à Albergaria D. Nuno. Logística arrumada e o Grupo segue na persecução do spot Santiaguense p/forrar o estômago pelas horas do jantar e visionamento da nossa Selecção Nacional. Relvas Verdes e o 'Altinho do Lobo' serviu de pretexto para a lauta jantarada assim como as 4 garrafas de vinhaça tinto, cataplanas em barda (1 dose dava para alimentar uma equipa de rugby) e mais alguns partes desse belo animal que é o Porco, sobremesa, cafés e claro la piéce de resistance, o digestivo para acamar.

De volta ao hotel pela 1/2 noite e vai não vai, entra tudo em estágio (leia-se pôr o sexo em dia) e a pensar nas horas do despertar para a anunciada Grande Prova.

O Grande Dia
Pelas 8:20, arrancámos (bem o Martinásio demorou um pouco mais a arrancar, mas lá iremos) do hotel em direcção ao local da acreditação e levantamento dos respectivos dorsais. Dorsais levantados e apostos das marrequinhas, eis que damos pela falta do Martinásio. Quase horas da partida e Martinásio sem aparecer. Telfonámos para localizar, o M. eis que o gajo lá aparece no seu equipamento gay, ups, diga-se 'fashion', com uma queda na garagem em cima e uma perseguição demoníaca atrás de um gajo de bicicleta que ao invés de participar no passeio tinha ido à padaria e o M. pensava que o gajo seria a salvação para encontrar o lugar da partida.

9:10, briefing feito pela organização, foto de grupo e eis que é dada a partida para o Passeio (Passeio dizem eles, porque lá moram, para nós é um passeio de nos partir o coirato todo). O pelotão segue pela cidade fora, bastante compacto, passagem pela Albergaria, e as inúmeras adeptas dos T&T quase em loucura total (bem pelo menos vi 2), a prova deixa o asfalto da cidade e segue pelos trilhos de terra.

Isto sim é um Abastecimento de 1.ª classe
O pó levantado pela molde de BBTistas era tanto que dava para tomar um 2.º pequeno almoço. Até aos 18km, foi mais ou menos pacífico para os T&T. Muito pó, alguns calhaus e trilhos com bastante areia que propíciava quedas múltiplas (especialmente para o pessoal dos pedais de encaixe).

Qundo cheguei ao 1.º abastecimento (18kms), já lá estava há 5 minutos o Jójó, o EBR e o Tony. Passado mais 5 minutos, eis que chega o Martinásio para mostrar de que é feito um Atleta de muito alta competição. Quanto ao J, só o consegui ver ao almoço, curioso!

Neste abastecimento tínhamos ao n/ dispor: minis fresquinhas, sandes de carne assada, vinho tinto, a chamada fruta fresca (não dessa que estão a pensar, mas laranjas, bananas e maças), sumos e águas. O Martinásio mostrou-nos como é: mini mais a bela da sandes de carne assada, foto para a posteridade (António cola a foto aqui), como os bons exemplos são para ser seguidos, eis que fui atestar o bandulho de mini+sandocha.

Neste abastecimento, havia a separação dos participantes entre aqueles que se atiraram aos 70kms dos que optaram pelos 40kms.

Por esta altura o Jójó estava com a pica toda e arranca com o EBR e o Tony, para os restantes 52Kms. Entre uma mini e a sandocha tentei desafiar o Martinásio para os 70kms, mas o homem mostrou bom senso e decidiu-se pelos 40kms. Mando-me para os 70kms (a pensar é hoje que verei qual o meu limite). Devo ter sido dos últimos a partir para os 70 kms, pois falhei as marcações e andei aí uns 1,5 kms até decidir andar para trás, e em boa hora o fiz, pois dou de caras com o carro vassoura mais dois BTTistas da organização, que tinham como objectivo fechar os caminhos e ainda um terceiro participante da Amadora (cujo nome não perguntei, mas também quando um gajo precisa de oxigénio esquece facilmente de perguntar coisas acessórias), um gajo bem porreiro que me ajudou a chegar até ao 2.º abastecimento lá para os 45kms.

A caminho do 2.º abastecimento
Bem seguimos de novo no rumo certo, conseguindo eu e o Jovem da Amadora distanciarmo-nos do carro vassoura. Passámos por paisagens bem bucólicas, onde predominava os sobreiros, trilhos que davam para rolar a velocidades de 15 kms, algumas subidas e descidas e direito a distinta companhia de porcos selvagens e gado bovino, ovino e caprino. Lá íamos puxando um pelo outro (em boa verdade o jovem é que puxava por mim - razões estratégicas assim o ditaram) até que o jovem teve um furo e ia eu lançado numa descida (como são belas e úteis) tendo continuado mais uns metros, até que resolvo voltar para trás para tentar ajudar. A organização jé tinha chegado até ele, pelo que continuei sozinho até ao 2.º abastaecimento, aos 50 Kms. Mal tinha acabado de parar e já estava a chegar o jovem da Amadora, fresco que nem um alface. Nesta altura do passeio, o pessoal dos T&T já lá tinha passado há um bom bocado. Abastecimento feito, providencial banana (as cãibras nas pernas já ameaçavam ligeiramente), água para o camelo e ala que se faz tarde.

Dos 45 até aos 60Kms
A partir daqui foi gestão pura do esforço (paro ou não! Dasse vou mas é apanhar boleia do carro vassoura! Não, não! Estás bem, tu aguentas). Segui determinado e devidamente acompanhado pelos ciclistas da organização e o carro vassoura (pick-up de caixa aberta sempre a runfar) a fechar os participantes. Aproveitava as descidas e embalava para as subidas, quando não dava era desmontar e era empurrar a marrequinha. As pernas começaram a acusar o esforço de forma proporcional à frequência das subidas. Por volta do Km 55, nova decisão estratégica e opto por pedir boleia à Pick-up. Boa escolha, conversa animada, solavancos tantos como se fosse de bicla e eis-nos chegados ao 3.º e último abastecimento. Neste encontro o Sérgio mais o seu Grupo, mais uma confraternização, fotos da praxe, fruta, água, muita água e sigo novamente na bicla com o grupo do Sérgio. Nesta altura eramos os brilhantes últimos participantes.

A caminho dos 70 Kms- 10 kms que mais pareciam 30
Segui na peugada do Grupo do Sérgio durante uns 5 kms, no entanto e como a maioria veio a descobrir as subidas mais lixadas estavam guardadas para o fim, resolvi pedir novamente boleia à pick-up e ala que se faz tarde. aproveitei para poupar o corpito, descansar as pernas. Contudo, como ia na caixa da pick-up, parecia que estava em cima de um touro de rodeo, levei porrada de meia-noite, valeu-me o camelback para proteger as costas contra o estrado da carrinha. Na última subida, levámos com um carro sanfona emitindo música alentejana do bailarico. Ultrapasada a última subida, montei novamente na marrequinha e segui acompanhando o grupo do Sérgio até à meta, no pavilhão desprotivo da Cidade.

Fui recebido em apoteose pela n/ comitiva, essencialmente feminina enquanto o resto do grupo tomava a bela da banhoca (com a temperatura que o pessoal estava nem notámos que era água fria). Ainda tive tempo de dar banho à marrequinha e tirar o pós do meu martirizado esqueleto.

Segui-se a almoçarada, bem tivemos que comer as sobras, mas pelo menos o tinto não faltou!!

Notas Finais

M/ métrica resume-se a:
Distância percorrida de marrequinha: 60kms
Tempo total: 4 hrs

Pelo que me pareceu amanhã haverá muito T&T com um andar à cowboy e a querer ser uma ave de rapina: o Condor.


Feitas as contas, não está mal para um iniciado nestas andanças. Para o ano há mais.

Abraço.
JMVelha

6 comentários:

Anónimo disse...

Carissímo Zé zé, tu és a desgraça do Trilhos & Tralhos Team. Um gajo só vai de carro se for do INEM. Que miséria. A crónica está boa mas aquela tua decisão de ires ao 70 foi suicida. Devias ter ido a picar o Martins. Assim podiam beber mais umas minis no controlo aos 30 KM.
o Percurso tinha cerca de 69 Km no total. Com os enganos (2) fiz 71,34em 4:17 o que dá uma média de 16,69. Nada mau.
Fomos sempre juntos até perto do 2 posto de controlo aos 40Km. Um pouco antes o EBR teve dor de burro e teve de abrandar o ritmo. Sempre na palheta com o Sérgio e estes 20 Km passaram rapidamente. Aí o Sergio e o seus colegas ficaram mais um pouco na palheta e nós os três arrancámos decididos para a meta. Numa descida após passar por um gajo que tinha furado distrai-me e fui pela direita em vez de cortar à esquerda. Começo a subir pelo trilho só de calhau e percebo que estou enganado e volto para trás. Levei 4 km a apanhar o EBR que me disse que iria mais devagar daí para frente pois o burro podia voltar a qq momento. Apanho o António e lá vamos os dois decidos até final.
Um passeio interessante pois nunca tinhamos feito 70 km só foi pena que a comida fosse pouca para tanto animal..

Anónimo disse...

Grandes BTTistas,

Deixo só a seguinte questão, ONDE É QUE É O PRÓXIMO PASSEIO???

Th sky is the limit, isto desde que não apareça o burro e a respectiva dor.

Saudações BTTistas,
Rui "Extreme Bike Rider"

Unknown disse...

Deixem-me dizer que estou orgulhoso de vocês!

70 Kms. Sim senhor.

E pensar que eu estava sentado em frente à lareira.

Parabéns

Daniboy

Sérgio disse...

Caros, adorei a v/crónica e respectivos comentários, acho que relatam bem o que aconteceu. Jorge, é verdade que aqueles 20kms passaram num instante. Um gajo ía distraído na palheta e, quando demos por isso já se tinham passado +20kms. Depois tive de ir um pouco mais devagar pois o pessoal que foi comigo desta vez estava com algumas dificuldades. Um estava "roto" (há 2 meses q não treinava) e o outro com cãibras... mas lá chegámos ao fim, e não muito atrás de vocês pois o Zé Zé avisou-nos de qd vocês chegaram ao fim e nós estavamos +/- a entrar em Santiago nessa altura.
Quanto ao almoço, nós tivemos mais sorte :) Como já não havia comida, encaminharam-nos para um restaurante. Estavam lá mais uns 15 a 20 BTTistas. Foi uma festa, não tão em grande como a vossa, mas foi porreira e à grande, mas mesmo à grande, acreditem. Para prato principal havia: Cozido, Carnes Grelhadas (várias) e ainda espetada, que estava um mimo.
Qd cheguei a casa a minha mulher nem acreditou na barriga que eu trazia, tal era. Cheguei com mais peso do que aquele que tinha qd saí de manhã. É complicado um gajo dizer q vai andar de bicicleta e chega farto até à orelhas...

EBR, falei entretanto com o Jorge e dei-lhe 1 ideia para um próximo passeio, avaliem isto:
09 de Dezembro, Abiúl (perto de Leiria), 30 e 75kms
Esta data foi escolhida para não ficar perto do Natal, e dos típicos jantares que a malta organiza, e será, no meu caso, o último de 2007.
O Link:
http://maratonaabiul.com/
10€, termina para os dos 75kms com um single-track de 3kms q é para ter extremo cuidado. Almoço na praça de toiros e a comida é carne de boi. Vai ser uma festança! Leiam mais no site.
Notem que as inscrições terminam no final do mês pq eles enviam tudo via CTT p/evitar as confusões do secretariado, limite de 600inscrições e já há 381 inscritos.

Se forem, digam qq coisa para nos encontrarmos pois não sei se conseguirei ir andar convosco até essa data.

Abraço
Sérgio

Anónimo disse...

Estavas inspirado Zé Zé...Ficou apenas a faltar o tipo do quarto que às 23:30 abriu a porta e mandou a malta calar. Depois no pequeno almoço vi a trunfa do gajo a falar com os colegas dele que teve quase a ir buscar a fusca para afugentar os animais !!!

Tony Falls disse...

ZéZé mais uma vês uma excelente crónica, estas bem colocado para a Marrequinha da Melhor Crónica.

Quanto à prova, para mim os primeiros 60kms foram relativamente fáceis com a grande parte do caminho em estradões de terra. Os últimos dez (quase sempre a subir) é que deram cabo de mim. Consegui fazer os últimos 10 sem desmontar uma única vez, sem caimbrãs, mas com um esforço do caneco.
Parabéns a todos por uma grande prova e um fim de semana bem passado.

Abraços,
Tony Falls (tem mística tem, gosto)