7 de outubro de 2009

Badajoz 26/09 - Percurso dos homens... 132kms


Esta foi uma prova que, aquando da inscrição, se dizia que seriam 120kms. Cedo se disse que eram 125, ao ver a altimetria já se registavam 128, e no final foram na realidade 132.... o maior BTT que alguma vez fiz.
A preparação foi feita durante cerca de 1 semana e meia em que diariamente fazia +/- 25 a 35kms de estrada.
Na véspera, sábado, ainda tive a banhos nas praias do Algarve. Saí pelas 17:30 rumo ao Alentejo e, para meu azar, resolvi seguir uma via que o GPS sugeriu que era pela N2... Cheguei às 23:30.... descarregar carro, falar à família, preparar as coisas, deitar o puto, e eram 2 da matina qd me fui acamar.
6 da manhã toca o despertador, catano, ainda todo empenado lá fui para Elvas esperar que o pessoal aparecesse. Entretanto sei que o Rui acagaçou-se (literalmente) e tanto se borrou (ou se desculpou a dizer que se tava a borrar...) e acabou mesmo por não ir....
Bem, agruparam-se os bravos "Tralhistas" e lá fomos até à terra do Pata Negra, primos da Fragata.
Penso não me enganar no que vou dizer: Fragas, Martinásio, Velha e Danyboi foram para o percurso "pequeno", o Tony para o "médio" e eu para o "grande".
Partida, faço as despedidas e sigo o meu ritmo para não perder muito tempo ao inicio e atrasar o fim da prova. Desde o inicio, e para me aguentar, segui a estratégia de não ultrapassar os 75% da minha Frequência Cardíaca Máxima, excepto nas subidas que disparava para os 90/95%... Percurso rolante, algumas zonas de muita areia, e muito, mas mesmo muito calhau.
Chegmos aos +/- 20kms, zona de abastecimento de água, e para meu espanto reparo que quem queria água tinha de sair do percurso.... fiz +1km no mínimo entre o ir e voltar ao terreno. Perdi montes de lugares, mas lá retomei o ritmo e segui a marcha.
Até ao 1º abastecimento era tudo muito rolante, mas o meu espanto foi depois do abastecimento quando aos 33kms encontro "Dom Tony" que andava perdido e com 30kms registados. O gajo andava à nora com o GPS.... resultado: atalhou :))))
Mais do mesmo, com uma subidita FDP cheia de calhau onde o pessoal que apanhei ía quase todo à mão, mas a TREK com a suspensão five stars lá se aguentou à bomboca e não me fez desmontar, senti-me um herói :)
2ª abastecimento de água e diz-me assim 1 espanholês: amigo, anda um da tua equipa perdido. Fartei-me de rir, agora deve ser o Martins, pensei eu.... respondi apenas que era normal e segui caminho.
Ainda ía a pensar se fazia mesmo o percurso grande quando aos +/-45kms aparece uma tabuleta da separação... não hesitei e segui pró percurso grande. É que faltavam ainda uns "meros" 80/85kms... ía na altura com um grupo de espanholeses de perna rapada, bikes levezinhas de suspensão apenas à frente e com camisolas do clube de ciclismo de Badajoz e de outra terra qualquer. Como era o único TUGA, nem pensei 2 vezes e segui-os prós 130kms.
O percurso em si era muito rolante mas teve sempre alguma pedra, por isso não foi de estranhar ao longo do caminho apanhar montes de pessoal furado. Muita pedra, acima de tudo. Algumas subidas que eles chamam de "rompepiernas", em que a inclinação era alguma e com muito calhau. Vários caíram à minha frente, mas fiquei com a ideia que os gajos não devem fazer o BTT como nós cá. Queixavam-se muito da dureza do percurso e digo-vos que para mim não achei muito duro. Fazemos cá muita prova bem mais dura....
Avante, o percurso em si foi bonito, passámos por zonas com muito porco preto (primos da Fraga), zonas com muita vaca à solta (aqui passava cá com uma velocidade...), o terreno em si estava todo arranjadinho, via-se que os espanholeses tratam da terra, e o mais engraçado foi a certa altura vejo ao longe o que parecia ser um lago. Ao fim de uns kms vejo que afinal era um parque eólico brutal.
Daí até ao fim foi sempre mais do mesmo, caminho cheio de pedra, algumas subiditas lixadotas com espanholeses a irem ao tapete, mas a 10kms do fim acontece o imprevisto: pneu da frente em baixo. Caraças, o tubeless nas lonas? Vai de CO2 e fico a ouvir o ar a sair.... tinha mais uma botija e não me apetecia meter a câmara de ar. Vai o 2º CO2 e de seguida arranco logo a pedalar. Ao fim de 1 km a bater no calhau, pneu em baixo. Andei uns 25 minutos a pé. Montes de espanholeses a passarem-me ao lado até que um pára e diz que tinha bomba e me ajudaria. Lá pusemos a câmara, encheu-se com a bomba espanholesa e seguimos caminho. Demorámos 1 pouco pois o pipo do tubeless partiu, mas pronto, pelo menos ía de novo a pedalar :)
Ainda foram uns kms até ao fim e fui junto com o espanhol até ao fim. Cheguei com um tempo total de +/- 7:30 e agradeci ao espanholês pela preciosa ajuda que me deu. Para meu espanto quando chego perto da meta recebo uma saudosa ovação: eram os restantes bravos "Tralhistas" que estavam a sair do almoço. Todos lavadinhos, se bem que o Martins ainda estava de toalha à cintura e o Danyboi a rir-se. Penso que o gajo foi ao Bujon do Martins e este para dar ar resolveu ficar com a toalhita, é uma suspeita...
Para a história fica a n/1ª internacionalização em que todos honrámos o país e a camisola, uns com mais e outros com menos kms, uns a fazer o percurso todo, outros a perderem-se e com GPS, e ainda outros a baldarem-se à última da hora com dores de costas e problemas de cú...
Não tenho fotos para pôr, nem ninguém enviou nenhumas... (acho eu).



Prá semana há mais: uns vão à corrida do aeroporto e eu vou fazer o Triatlo do Estoril. Já tenho reportagem fotográfica assegurada aqui pela prima de nuestros hermanos, conho!

Abraço
Sérgio

2 comentários:

Jorge Reis disse...

Finalmente, ao fim de 2 semanas conseguiram colocar a crónica no blog. Não é todos os dias que se faz uma prova no estrangeiro e deve ser referenciada no blog. Pelo que vi safaste-te bem. 7:30 a pedalar deves ter a peidiola bem lixada. Continuo indisponível para as pedaladas com bastante pena minha. E espanholas? Não vi nenhuma referêmcia a elas?

João disse...

Pois apenas hoje li a crónica, as Espanholas nem me lembro delas...só me lembro foi como cheguei à meta...completamente feito num 8.E as meias alguém as experimentou?