Nota Introdutória By Daniboy - Crónica do Guilherme que foi andar sozinho na serra este Domingo - Potencial Vencedor da Marrequinha para a melhor crónica.
----
Só no sábado à noite decidi que ia andar de bicicleta. No blog da pandilha do Monsanto estava a questionar-se a ida no domingo à serra, com encontro marcado para as 8h30 na lagoa azul.
Eram 21h e qualquer coisa e enviei sms a um colega (ele tinha-me ligado na sexta à noite para saber se havia passeata). Nessa sms pedia-lhe que viesse ter à minha porta hoje às 8h00. A mensagem não foi entregue, porque o telele estava desligado. A ideia era fazer um passeio soft se ele fosse. Se ele não fosse ia ter com os outros à lagoa azul.
Domingo às 8h00 lá estava eu pronto para sair, já com a GT em cima do
carro no novo suporte (que funciona bem, diga-se de passagem).
Às 8h10 não havia sinal do meu colega e o telele ainda estava desligado.
Segui sozinho em direcção à lagoa azul.
Cheguei lá às 8h29.
Às 8h32 não havia sinal dos outros fulanos...nem às 8h35...nem às 8h36...nem às 8h42(...)nem às 8h45 (fim da tolerância).
Destemido, pensei: 'há por aí muita gente, vou avançar sozinho!'
E lá fui. Felizmente o sol já despontava por entre a folhagem e a temperatura já tinha subido para os 9 graus. Diverti-me imenso durante todo o percurso a ver as variações de temperatura...e as horas, pois eram as únicas funções que funcionavam no meu aparelhómetro.
Não faço ideia de quantos km fiz. Só sei que andei desde as 8h45 até às 11h15.
Tudo corria bem, até que se atingiram os primeiros 762 metros (acho eu). Achei que era mais seguro (no sentido de não me perder) seguir pela estrada até àquela entrada no mato que depois começa a subir para os capuchos. A verdade é que não me lembrava bem de onde se entrava.
Claro que entrei na que não era! Porquê?
Achei que já tinha andado demais e resolvi entrar no mato pouco depois da entrada para a barragem do rio da mula, num caminho qualquer que também subia.
Resultado? Mau.
Achei que já tinha andado demais e voltei para trás, para o alcatrão, continuando na direcção que levava antes.
Parei para tirar o corta-vento. Quase passava por cima de 'bosta' de cavalo quando parei.
Por sorte, mais à frente, entraram no sítio certo dois marmanjos (do total de 6 pessoas que encontrei durante todo o trajecto).
Fui atrás deles...e depois MUITO atrás deles...e MUITO MUITO atrás deles...foram se!
Animado com o facto de ter encontrado o caminho certo continuei sempre a subir, a subir, a subir, a subir, até me aperceber de que devia ter feito um zig e não um zag algures lá muito para trás!
Não há remédio! Enquanto o caminho for a subir TEM que ir dar aos capuchos!
Continuei sempre a subir. Caminhos horrendos, onde claramente ninguém havia passado nos últimos 3 anos. Vegetação densa (lembrei-me de uma aula que tenho que dar sobre os espinhos afiados das silvas e o seu efeito nos pernis desnudados), pedras gigantescas (tive que passar com a gt à mão muitas vezes).
'Perdido por 100, perdido por 1000. Comecei a subir, agora tenho que ir até ao fim!...principalmente porque é impossível descer montado!'
Finalmente o caminho pedregoso entroncou num estradão de terra...ainda a subir.
‘Decerto estou já perto dos capuchos', pensei eu.
Ainda não estava! Esse estradão ia dar a um fantástico cruzamento com 4 possibilidades. Escolhi a que subia.
Citando o poeta: 'INACUNCARAÇAS!!!!!!'
Tenho a certeza que aquela era, de longe, a PIOR subida de sempre!
Aquela que fizemos na semana passada era praticamente uma descida para fazer prego a fundo, quando comparada com a que fiz hoje!
Foi aqui que me cruzei com mais 2 fulanos, que vinham a descer à mão, tal a perigosidade.
'Se não podes descer...sobe!' (inventei agora mesmo) Tentei perguntar-lhes para onde é que eu ia, mas tive medo de ouvir a resposta errada.
Continuei a subir, também com a GT pela mão.
Ainda arranjei forças para recolher dois calhaus. O convento dos capuchos não havia de se ficar a rir. Pelo menos de duas valentes 'calhoadas' não se safava, pela provação que me estava a fazer passar.
Só uma 'coisa' o podia livrar disto.
E essa 'coisa' aconteceu!
Cheguei ao cimo da serra.
Os capuchos não estavam lá.
Aliás, NÃO ESTAVA LÁ NADA!!!!!!
Só lá estava uma torre de vigia, um picoto geodésico, mais silvas...e
uma vista FABULOSA!
Ao fim de poucos minutos apareceram mais 2 fulanos vindos não sei de onde. Perguntei-lhes o caminho para os capuchos. Indicaram-mo.
Perguntaram-me por onde tinha vindo. Respondi. Estranharam. Estranho!
'Por aí há caminho?!?!' perguntaram eles.
'Há um caminho fantástico sempre a descer' - respondi eu.
Deixei-os a ver a vista e segui o conselho que deram, que consistia em descer por um outro caminho e seguir pelo alcatrão até aos capuchos.
Encontrei o alcatrão facilmente.
Cheguei a um dos cruzamentos pelos quais já havíamos passado em Julho.
Peninha para a esquerda, Capuchos para a direita.
Virei à esquerda. Apesar de ser mais longe voltar pela peninha do que pelos capuchos, optei por um caminho conhecido.
Cheguei à peninha.
Vitória interior - já consegui subir a rampa de acesso sempre montado.
Fiquei contente.
Agora tinha duas opções - uma acertada (voltar pela estrada) e outra nem tanto (descer pelo mato em direcção ao mar).
Qual tomei?
Comecei a descer (muito) por um caminho de piso misto de terra e pedregulhos gigantescos soltos (numa razão de 1:99).
Não caí e ainda não sei como...e só me enganei e tive que voltar para trás (leia-se 'cima') duas vezes.
Depois lá encontrei a descida certa e acabei por ir dar à estrada que vai do cabo da roca ao guincho, já a seguir àquela subida em que os veículos aceleram.
Segui sempre por estrada até à Malveira da serra, atalhei para a estrada da lagoa azul...sobe...desce...sobe...desce...sobe.
Finalmente o carro!
Vim pelo caminho a tentar calcular quantos km teria feito. Não cheguei a nenhuma concluso, só sei que me custou mais que no fim de semana passado.
Arrumei a GT na garagem, guardei o material.
De repente:
'EH LÁ! QUE FEDOR É ESTE???? CHEIRA A MATERIAL FEZÓIDE!!!!!
Uma rápida inspecção aos ténis permitiu que não havia lá nada.
Uma rápida inspecção ao banco do carro (?!?!) permitiu concluir que havia lá qualquer coisa!!!
'Querem ver que me esforcei demais nas subidas e não dei conta?!'
Não estou assim tão senil...acho eu!
Aproximei-me mais atentamente da GT.
O selim tem merdelim!!!
Queres ver que estou mesmo senil?????
Depois comecei a raciocinar melhor e concluí o seguinte: afinal o 'quase passava por cima' foi um 'quase não passava por cima'.
O material deve ter sido projectado pelas rodas para o selim...e para o quadro.
Uma inspecção mais detalhada aos calções revelou bastantes vestígios do material (e daí o fedor no banco do carro).
Nesse momento comecei a recear que TODA a minha roupa estivesse minada.
Felizmente os receios eram infundados - a meia do pé direito estava limpa!
Só estavam sujas as duas camisolas, os calções, o forro dos calções, a meia esquerda e a mochila.
Amanhã tenho que ir a um sitio de lavagem à pressão para lavar a GT.
QUE NOJO!!!!
5 de dezembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Guilherme,
Já mandaste a carta ao Pai Natal a pedir um GPS e conta kms ? Olha que só faltam 3 semanas !
Bela crónica.
Abraço.
Alguma coisa anda mal por aqui, isto de uns irem ao Sábado e outros ao Domingo, uns para Monsanto e outros para Sintra, tem que acabar....pessoal temos que fazer um toque a reunir (não este fds que não estou cá)...além disso temos que tratar de por um nicnname no nonicknameyete no Guilherme.
Além disso temos aqui um potencial vencedor para a crónica do ano....visto o Zézé ter deixado de colaborar com o blog.
Abraço a todos e para quando esse passeio com o pessoal todo?
Rui "Extreme Bike Rider"
Boas,
Já há algum tempo que não ando convosco, e ainda não vai ser esta semana... vou a mais uma maratona, a que vos falei em tempos: ABIUL. Se nada me impedir, e vocês puderem, para a semana combinamos uma volta. Mas, embora ausente, tenho lido as crónicas e os comments. Acho que o pessoal levou mesmo a sério a cena de ganhar um "marrequinhas prize". É só crónicas do arco da velha :)
Um dia destes ainda fazem o "Livro das crónicas dos Trilhos e Tralhos".
Abraço, boas pedaladas, boas crónicas, e se tudo correr bem, até prá semana.
Sérgio
Coimbrão,
O Nonicknameyet não é o Guilherme.
É o Manuel, amigo do Tony Falls.
Abraço.
Daniboy
Caro Danyboy,
Eu sei, só que houve um erro na escrita onde se lê "nonicknameyete no Guilherme" deveria ler-se "nonicknameyet e no Guilherme", faltou um espaço....
E a minha alcunha é Extreme Bike Rider ou EBR para os amigos, Coimbrão é o meu nome de guerra...Coimbrão o Terrível...
Abraços,
EBR
Guilherme, Eu tb recebi a mensagem para Domingo mas não deu para ir (não me deixaram!!), mas pelos visto o Tony falls tb se baldou.Bela crónica !!!Guilherme ou Manuel estou todo confuso.Abraço
Martinásio,
Eu não baldei-me! Lê a crónica do Pedro Renda e vais ver que eu estive lá!
Abraço.
Enviar um comentário