Mal sabia quando cheguei ao Monsanto as surpresas que o dia reservava.
Chego um pouco mais cedo que o habitual e já lá estava António o Madrugador.
Saio do carro e eis que chega uma ave rara - José Farinha - disse que havia de aparecer e cá estava ele mais a respectiva montada!
Estávamos em preparativos, chega o Coimbrão adiantado (para o costume) e a dizer que o Jójó estava atrasado. Abre o carro, tira a Bike e sim era a Marrequinha. O gajo ganhou coragem e gastou 200 € numa bicicleta nova. Agora para além de descer a pedreira também já sobe.
O gajo vinha tão excitado para a estreia que chegou mais cedo do que o costume.
Entretanto chega o Jójó e logo depois vem o Velha e o Martins a fazer corridas (ainda de carro) a ver quem é que apanhava o lugar à sombra.
Tá-se mesmo a ver que a meia hora seguinte foi para medir e perguntar tudo sobre a marrequinha.
Lá conseguimos arrancar, menos o Martins que com aquela atenção característica a tudo o que mexe não levava o capacete posto e teve que voltar para trás.
A volta começou pelo sitio do costume, sai à estrada, desce ao aqueduto e passa-se a pedreira com a 1ª. piscadela de olho à descida XXX.
Segue-se para o grande prémio da Montanha e já que chateei o Farinha para ir o mínimo que podia fazer era acompanhá-lo na subida. Fomos a passo à medida das possibilidades e cada Km feito o Farinha dizia que pareciam 10 Kms.
Meia hora depois chegamos às antenas onde éramos esperados pelo resto do gangue.
Até ai com 4 Km o castigo do Farinha estava apenas no começo.
Seguimos para o circuito de manutenção e apanhamos o trilho do campo de futebol.
Eu e Farinha sempre a liderar o fim do grupo. Reagrupámos junto à descida da beira da estrada e o mecânico entra em acção a ajustar o banco da marrequinha. O gajo dizia que tinha a sensação de já só ter meio banco.
A viagem prosseguiu para o trilho do polegar entortado. Eu e o Farinha sempre em últimos, com curvas, buracos, descida 1, valas, descida 2(degrau) e o Farinha sempre colado e fim do trilho com a descida 3 e o Farinha sempre a dar-lhe.
Muito radical. O gajo sem andar à 4 anos e com um chasso sem travões deu um bigode a alguns que não conseguiram fazer este trilho directo as primeiras vezes.
Depois lá se descoseu. Como a Bike não travava, quando se apercebia das descidas não conseguia parar para sair e portanto fechava os olhos e rezava.
Subimos aos aposentos da desdentada onde a mesma fez o registo fotográfico e avançámos para o fim da primeira volta no bebedouro ao lado da pedreira.
O Farinha ainda resistia e após 8 Kms em que lhe doiam mais as mãos de tentar travar do que o resto do corpo, decidiu continuar para a 2ª.volta onde ganhámos mais um parceiro, o primo do Jójó.
Continuámos a volta sempre a subir, uns na bike e outros a pé, até chegar ao "muro". Aqui o Farinha foi recompensado pela sua persistência com um exemplo de como não se deve subir o muro.
O bom do António fez mal os cálculos e saiu do muro em movimento de paso doble, ele e a bike, em direcção à vala que ainda não me tinha apercebido mas que está lá à esquerda. Felizmente estava tudo coberto de folhas e amorteceu de certa forma o embate não trazendo consequências de maior.
Bem, siga para os orégãos. Descida ultraradical. Uma queda para o lado errado dá direito a preencher a declaração amigável de acidente.
Já toda a gente tinha descido, desta vez eu não fui o último e no desvio lá esperei. Há sempre alguém que não sabe para onde é porque ainda só passou naquele sítio 127 vezes (não é Martinásio?). Passam os penúltimos e fiquei à espera do Farinha. O tempo ia passando e a temer alguma peripécia mal calculada, resolvi voltar atrás (Chato porque era a subir). Subi a primeira rampa e lá vinha o Farinha a travar a fundo e a andar na mesma.
Estava na hora da pedreira. Tinha resolvido levar a máquina e filmar as descidas e pelo menos a minha.
Ninguém esperou porque o Coimbrão estava louco para tirar os 3 à marrequinha.
O Martins foi nomeado voluntário para ir filmar porque não tinha encontrado os tomates para descer ainda.
E eu pensei:" hoje que estou a ser filmado vou cair de certeza!"
Arranquei e não consegui encaixar um dos pés. À beira do precipício travei e voltei para cima. Ou ia com os pés encaixados ou a coisa ia correr mal. Voltei a lançar-me e lá foram 20 segundos de descarga de adrenalina.
A seguir veio o António. Não estava nos seus dias. Caiu antes do Drop para o lado direito felizmente e o Farinha viu como é que não se deve descer com exemplo vivo.
Para quem não tem noção de como é a descida que tanto falamos aqui fica.
Daqui fomos para a recta final, bebedouro (Perdemos o Farinha que entretanto foi para o carro), descida das silvas, subida ao miradouro e descida do avião (a aterrar).
Posto isto com 17 Kms, demos a volta por terminada.
Para a semana à mais e o Farinha já disse que vai.